Notícia
Estudo inédito realizado pela Embrapa Territorial na região das Matas de Rondônia revela que a cafeicultura familiar neste território da Amazônia sequestra, em média, 2,3 vezes mais carbono por ano do que emite ao longo do processo agrícola.
A pesquisa é centrada nas plantações de café robusta amazônico – uma variedade local do canéfora (coffea canephora).
Em números, os dados demonstram que o balanço anual de carbono da região registra um saldo favorável de 3.883,3 kg, cerca de 4 toneladas por hectare. Dessa forma, a média vem da diferença entre o carbono estocado na biomassa das plantas (6.874,8 kg) e a emissão de gases de efeito estufa (GEE) durante a fase de produção do café (2.991,5 kg).
De acordo com os pesquisadores envolvidos, esse tipo de balanço é inédito e pode servir de referência para outros estudos do gênero e, até mesmo, para abertura de linhas de créditos de carbono.
Ainda mais, a iniciativa resultou também na criação de uma planilha de cálculos da emissão de carbono para uso dos agricultores locais. A intenção é mostrar o status atual de emissão do cafeicultor do estado, considerando critérios como irrigação, uso de fertilizantes, entre outros.
“O estudo comprova a sustentabilidade da cafeicultura praticada no bioma Amazônia. Para nós, é importantíssimo mostrar ao mundo, por meio da ciência, que a produção de café na Amazônia é sustentável”, comemora o presidente da Cafeicultores Associados da Região das Matas de Rondônia (Caferon), Juan Travian.