Notícia
Porto Velho tem duas datas importantes para comemorações: 2 de outubro, quando o município foi criado, e 24 de janeiro, data de sua instalação. A segunda não é das mais lembradas, a de outubro está sempre bem mais viva na lembrança da população, mas o fato não lhe tira o mérito e não a torna menos importante.
A instalação de Porto Velho se deu em 1915, quando Venceslau Brás era o presidente do Brasil, mas durante a sua criação, apesar de eleito, a presidência ainda era exercida pelo Marechal Hermes da Fonseca. A área territorial de Porto Velho estendia-se do Rio Madeira até Santo Antônio. A localidade pertencia ao Amazonas e, a partir Santo Antônio, pertencia ao Mato Grosso. Jônatas de Freitas Pedrosa era governador do Amazonas e o médico Pedro de Alcântara Bacelar, o então prefeito de Humaitá, a quem Porto Velho estava politicamente ligada.
Há quem não acredite que Alcântara tenha concordado espontaneamente com a emancipação de Porto Velho de Humaitá, afinal, pela envergadura dos investimentos na construção da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, recursos nacionais e estrangeiros, Humaitá lucraria e muito, caso continuasse a ser a sede municipal. Ninguém podia imaginar que o investimento iria naufragar anos depois. Mas há que se observar que, em 1916, Alcântara foi nomeado por Venceslau Brás para o cargo de governador do Amazonas. E em 1º de janeiro de 1917 foi empossado e permaneceu no Palácio Rio Negro, adquirido na sua gestão, até 1921.
O fato é que em 24 de janeiro de 1915 Porto Velho era o mais novo município brasileiro. A posse do superintendente Major Fernando Guapindaia de Souza Brejense, militar do Exército, reformado, ocorreu em uma residência na rua Barão do Rio Branco, conta a professora Yedda Borzacov. “O major Guapindaia como superintendente exerceria a função de prefeito e os cinco conselheiros, empossados no mesmo ato, o equivalente a vereadores”. A primeira formação do Conselho Municipal ficou então constituída por Guapindaia, e os intendentes: José Jorge Braga Vieira, Antônio Sampaio, Manoel Félix de Campos, José Camargo e Luzitano Barreto.
“O povoado cresceu espontaneamente com tanta gente que chegava aqui”. Yedda Borzacov, professora.