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Comunicação pública exige estratégia multicanal, presença real e conexão com diferentes públicos
Por Alessandro Lubiana, jornalista e especialista em Comunicação Institucional e Pública
Num cenário cada vez mais dominado pelas redes sociais, é compreensível que muitos políticos concentrem esforços nesse ambiente digital. Afinal, trata-se de um canal direto, rápido e com grande poder de alcance. No entanto, restringir a comunicação institucional e pública apenas às plataformas sociais é um erro estratégico que pode custar caro.
A comunicação política vai muito além de likes, curtidas e compartilhamentos. Trata-se de um conjunto articulado de ações que envolvem todos os meios e veículos disponíveis. Cada canal tem sua função, seu alcance específico e sua maneira própria de criar vínculos com o público.
Rádio, televisão, imprensa escrita, boletins informativos, portais oficiais, eventos presenciais, assessoria de imprensa e até a comunicação comunitária — todos esses meios ainda têm espaço e relevância, especialmente em um país de dimensões continentais como o Brasil, onde a realidade das capitais é bem diferente da vivida no interior.
O marketing político, por sua vez, é uma ferramenta indispensável. Ele organiza a mensagem, ajuda a construir imagem e posiciona o político no imaginário social. Mas marketing não é tudo. Quando usado em excesso ou de forma descolada da realidade, pode transformar o político em um produto. E produtos têm prazo de validade.
O eleitor contemporâneo valoriza autenticidade. Quer saber quem é o político por trás do discurso, o que ele pensa, como age fora das câmeras e qual é sua relação com a comunidade que representa. Há uma busca pelo real, pelo humano — algo que o marketing sozinho não é capaz de oferecer.