Notícia
Em um mundo cada vez mais conectado, a presença dos celulares nas escolas brasileiras tornou-se um tema de intenso debate. Recentemente, o Brasil aprovou a Lei nº 15.100/2025, que restringe o uso de celulares por estudantes durante as aulas, recreios e intervalos, permitindo exceções apenas para fins pedagógicos ou em situações emergenciais. Essa medida reflete uma crescente preocupação com os impactos negativos do uso excessivo de dispositivos móveis no ambiente escolar.
Apoio da sociedade à restrição
Pesquisas recentes indicam um amplo apoio da população à restrição do uso de celulares nas escolas. Segundo levantamento do Datafolha de outubro de 2024, 62% dos brasileiros são favoráveis à proibição do uso de celulares por crianças e adolescentes nas instituições de ensino, número que sobe para 65% entre pais de crianças até 12 anos . Além disso, 76% acreditam que o uso de celulares prejudica mais do que ajuda no aprendizado.
Estudos apontam que o uso excessivo de celulares pode comprometer a concentração e afetar negativamente o desempenho acadêmico dos estudantes. Segundo a Fundação Futura (2025), a presença constante do celular em sala está associada à perda de foco e à redução do tempo efetivo de aprendizagem. Além disso, há evidências de que o uso prolongado de telas está associado a atrasos no desenvolvimento cognitivo e da linguagem, aumento do risco de miopia e problemas de sono.
Desafios para educadores
Professores enfrentam desafios significativos com o uso indiscriminado de celulares em sala de aula. Como destacou reportagem do Jornal da USP (2024), a distração causada pelos dispositivos pode dificultar o processo de ensino e aprendizagem, além de prejudicar a interação entre alunos e professores. Nesse contexto, tem-se a indagação de como essa restrição e o desafio do educador em inserir mais tecnologias e conectividade em suas aulas podem acabar se chocando no momento atual da educação?
A restrição do uso de celulares nas escolas e o desafio do educador em inserir mais tecnologias e conectividade nas aulas podem, sim, parecer contraditórios à primeira vista, mas não necessariamente se chocam. Vamos entender por quê:
Proibir o uso livre não é o mesmo que excluir a tecnologia
A lei que restringe o uso de celulares nas escolas tem como foco o uso indiscriminado, dispersivo e sem fins pedagógicos, especialmente durante as aulas e intervalos. Ela não proíbe o uso pedagógico orientado, desde que com propósito claro, conduzido pelo professor e integrado ao planejamento. Ou seja: o problema não é a tecnologia, mas o uso descontrolado dela.