Notícia
O movimento diuturno nos 570 leitos consolida a primeira grande obra pública inaugurada há 33 anos, em Porto Velho, durante a instalação do Estado de Rondônia. Trata-se do Hospital de Base Dr. Ary Pinheiro, que fez aniversário no último dia 12.
O HB fez aniversário, e a melhor comemoração são as conquistas em diferentes áreas, comentou a diretora-adjunta, psicóloga Joelma Sampaio do Nascimento.
Segundo ela, desde o ano ado, o Núcleo de Segurança do Paciente funciona em sala própria, o que melhorou a infraestrutura de trabalho. Diversos protocolos vêm sendo adotados, destacando-se os de queda, transfusional, farmacovigilância e hemovigilância.
Nos corredores, centro cirúrgico, maternidade, enfermarias e demais dependências do hospital circulam diariamente 2 mil pessoas pouco menos do que a população do município de Pimenteiras do Oeste, que tem 2,4 mil habitantes, por exemplo.
Desse contingente, mil são internadas e mil são acompanhantes. A clientela não se limita a Rondônia. Ali desembarcam pacientes do Acre, Mato Grosso, Sul e Sudoeste do Estado do Amazonas, da fronteira com a Bolívia e até do país vizinho.
Referência no estado para a gestação de alto risco, neonatologia e internação psiquiátrica, o HB habilita-se atualmente para transplantes de coração. Já ganhou outras habilitações de alta complexidade do Ministério da Saúde para serviços de traumato-ortopedia, cirurgias cardíacas em adultos; cardiologia intervencionista, cirurgia vascular, procedimentos endovasculares extracardíacos, oncologia, transplante de córnea, retirada de órgãos e tecidos, cuidados prolongados [enfermidades cardiovasculares, pneumológicas, neurológicas, osteomoleculares e do tecido conjuntivo], vasectomia e cuidados intermediários.
Os desafios seguem. Primeiramente, o cumprimento das metas da Organização Mundial da Saúde, traduzidas em seis protocolos do paciente; a gestão de riscos identificados e classificados no processo do cuidado, identificação correta dos pacientes e melhoria da comunicação entre profissionais de saúde, pacientes e familiares, disse o diretor-geral, médico pediatra Nilson Cardoso Paniágua.
Equipes do HB lutam permanentemente para promover a segurança do paciente no que diz respeito à hemotransfusão, medicamentos, redução de riscos de úlcera por pressão, cirurgias seguras e diminuição de infecções associadas aos cuidados de saúde por meio da higienização das mãos, em parceria com a Comissão de Controle de Infecção Hospitalar.
Parcerias são prioritárias com o Corpo de Bombeiros Militar para o uso de um carro exclusivo; com a Polícia Comunitária e Centro de Comunicação Social da Polícia Militar para divulgar o Banco de Leite; e com a Rede Cegonha para aquisição de novos equipamentos.
Para o diretor geral, o mérito de se tornar hospital-escola honra a memória do patrono da casa, o médico e antropólogo paraense, Ary Tupinambá Penna Pinheiro.
PATRONO DOOU-SE A RONDÔNIA
Durante algumas décadas do século ado, o doutor Ary doou-se ao socorro a milhares de trabalhadores que construíram a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, no tempo do ex-Território Federal do Guaporé, lembrou Paniágua.
O médico da ferrovia que ligava Porto Velho a Guajará-Mirim, na fronteira brasileira com a Bolívia, a 362 quilômetros da Capital rondoniense, Ary Pinheiro é também considerado o Pai da Socioantropologia no estado.
Ary Pinheiro também foi ambientalista, lembrou sua filha, a escritora e acadêmica de letras, Yêdda Pinheiro Borzacov.